segunda-feira, 19 de setembro de 2011

"... Conhecendo o mudo!"

Por volta dos 12 anos comecei a sair, ia pra uma famosa avenida da minha cidade, eu era criança, não tinha muito juizo, queria me enturmar, comecei a frequentar um bar famoso, foi lá que conheci uma das melhores amizades que até hoje conservo, uma lésbica, no primeiro momento sentia medo pois ela era muito mais homem que eu, que muitos homens que até hoje vejo. Ela não tinha traços femininos, nem trajeitos, não se via uma mulher, se via um rapaz ali, ela era bravona, briguenta, diziam que deveria pensar duas vezes antes de conversar com ela, acho que por três semanas quando ela chegava perto de mim eu se esquivava.
Naquela época eu não ficava muito em casa, queria conhecer o mundo, lembro e até hoje agradeço ela, pois numa noite muito fria ela chegou em mim e me deu um lanchão, me perguntou se eu não era muito pivete pra estar ali, apenas disse que não, logo se tornamos amigos, graças a ela comecei a ficar mais esperto, por isso comecei a chama-la de pai e isso dura até hoje. Com o tempo comecei a andar livremente pela avenida, tendo atitudes doidas pra chamar a atenção, me torei um pouco popular, me apelidaro de Loquinho, aos poucos fiz mais amizades, amizades que nunca vou esquecer.
Um dia sentado na frente do bar vi um rapaz de olhos azuis, cabelo curto e claro, alto e bem estiloso, mas tinha a cara muito fechada, logo depois vi ele passando algo pra uma pessoa dentro do carro, logo saquei o que era e aquela admiração se tornou medo. Onde quer que eu estivesse se ele chegasse perto eu saia, as vezes olhava ele de longe, com medo dele perceber, se ele vinha em minha direção eu corria pro lado oposto, não queria nenhum tipo de atrito com ele, pois muitos me diziam que ele era muito mal, toda vez que via ele reparava nele demais, sentia medo, mas num conseguia parar de olhar, tinha medo que ele encanasse com isso e me matasse.
Numa sexta fui pra avenida, procurei minha amiga e não achei, subi e desci e não tinha ninguém, do nada começoi a chover, corri pra um toldo, quando olho o rapaz estava do meu lado, ameacei sair, preferia me molhar do que dar motivo pra ele me matar, ele me seguro pela camiseta e disse:
- Espera a chuva acaba, parece que tem medo de mim.
Eu disse que não era medo, era apenas respeito, ele fico me olhando e perguntou porque eu olhava tanto pra ele, eu não consegui responder e ele deduziu:
- Acho que você me curte, ne? Paga pau pra mim?
Eu nem me mechi e ele disse de novo:
- Cola em tal lugar amanhã bem de noite, fmz?
Disse que sim com a cabeça, ele sorriu e saiu correndo, fui embora com medo dele vir me bater, dormi resabiado, a imagem dele me batendo não saia da minha cabeça, no dia seguinte fui no lugar,

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